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  • Foto do escritorRaphael Florenciano

Missionários, missões e Covid-19. Será que realmente tudo está de "pernas pro ar"?

Atualizado: 22 de mar. de 2023




A Covid 19 pegou o mundo de surpresa. Nos orgulhamos por sermos globalizados, mas nunca pensamos nas consequências por estarmos, todos, conectados de todas as formas possíveis e imagináveis.


No início de 2020, começamos a ouvir rumores de que uma doença altamente contagiosa estava surgindo, mas ainda não tínhamos noção de como isso afetaria a vida da população global.


Todo nós vamos lembrar de 2020 como o ano da pandemia, do cancelamento dos voos internacionais, do adiamento dos planos de estudo e trabalho, das crianças sem colégio, das máscaras, das pessoas fazendo show nas suas varandas, das reuniões de zoom, das lives e infelizmente das milhões de mortes em todo mundo.


Assim como o mundo foi afetado de todas as formas, missões e missionários, também foram. Enquanto você lê esse texto, existem muitos missionários que ainda estão presos em seus países de origem, sem poder voltar para o campo. Infelizmente, foram pegos de surpresa pela pandemia e não puderam voltar para os países onde estavam trabalhando.


Um outro fato, pós pandemia, é que muitos missionários estão há mais de um ano morando de favor na casa de alguém conhecido e pagando aluguel das suas casas nos países onde trabalham porque todos os seus pertences ficaram lá, como roupas, móveis, documentos e etc. Além disso, esses missionários tiveram que parar atividades ministeriais que faziam e estão vivendo um caos absoluto nas suas vidas.


Vimos também agências missionárias inteiras fecharem suas portas e famílias de missionários terem que retornar para seus países de origem por falta de sustento, afinal, as igrejas estavam fechadas por conta do lockdown e do distanciamento social, e por isso as ofertas direcionadas para missões, que já são uma quantia pequena, se tornaram completamente insuficiente.


Também, missionários que estavam em lugares onde o governo é mais controlador, foram obrigados a sair do país onde serviam, tendo seus vistos cancelados. Diante de tudo isso, muitas agências, missionários e igrejas viram esse ano da pandemia como um grande risco para missões.


Apesar de muitas notícias más, queremos trazer uma perspectiva diferente sobre O Covid-19 e como as agências missionárias podem aproveitar melhor os novos acontecimentos no campo para continuar atuando de forma eficiente.




1- Repensar estratégias e atuação missionária:


O modo tradicional de missões, foi um dos mais afetados. Sem possibilidades de mobilidade física e sem missionários estrangeiros no campo, o Covid-19 traz uma oportunidade de rever e avaliar foco ministerial e de atuação de muitos missionários e agências transculturais.


Julgar o que é mais importante, tanto na hora de agir estrategicamente quanto na gestão dos recursos, agora é ainda mais crucial. É importante pensar em projetos mais sustentáveis e que sem a presença dos missionários estrangeiros, tenham chance de continuar. Afinal o Covid nos mostrou o quanto nossas vidas são vulneráveis e que se nós, missões e missionários, formos o foco da ação, colocamos em risco nossa eficiência e projetos de anos.


Existem movimentos de Deus difíceis de entender, mas que, quando aceitamos, se tornam o melhor caminho a seguir. Repensar nossa atuação missionária e refazer caminhos e possibilidades são nesse momento, uma forma de continuar o trabalho missionário, tornando ele mais eficiente em tempos de crise global.


2- Igrejas locais servindo sua comunidade


Uma belíssima oportunidade é deixar os novos cristãos e pequenas igrejas menos dependente de nossa presença e mais conectada a comunidade.


Como o missionário não pode estar pessoalmente nos lugares por conta das medidas de protetivas do Covid, ele deve se tornar uma ajuda consultiva e impulsionadora dos cristãos locais, focando no movimento de conexão desses cristãos com suas comunidades.


Igrejas e casas de cristãos locais podem se tornar fonte de auxílio emergencial e de suporte emocional. Além de projetos de desenvolvimento sustentável que podem ser essenciais para suportar financeiramente famílias nas zonas mais pobres e que não possuem acesso a saúde.


O desafio missionário é continuar incentivando, discipulando e ajudando esses cristão nativos a serem os missionários locais!


3- Missionários em maior conexão com a Igreja Enviadora


Mesmo os missionários que tiveram que voltar e os que ficaram no campo, após Covid, tiveram a oportunidade de se reconectar com a suas igrejas enviadoras. Um dos grandes males da vida missionária é a solitude no campo e o afastamento gradativo da igreja enviadora com o missionário enviado.


O Covid-19 trouxe a oportunidade de reconexão. Os que voltaram para a casa, em sua maioria, estão servindo nas suas igrejas e nas suas comunidades, demonstrando que seu caráter missionário se dá onde eles estiverem. Os que ficaram no campo, puderam se reconectar com suas igrejas através do zoom e das lives. Passaram a estar mais ativos na vida da igreja e a igreja um pouco mais interessada na vida do missionário.


Esperamos que no novo normal, nem a igreja e nem o missionário, se afaste ou quebre esse relacionamento tão crucial na vida de ambos.


4- Missão mais centrada no Coração de Deus.


Como muitos missionários e agências tiveram seus planos frustrados, esse é um momento que pede uma atenção especial de todos nós em relação ao que estamos fazendo com a nossa vida, com as nossas ações e atividades.


O Covid foi um choque na vida de muitos missionários que tiveram seus planos drasticamente modificados. Contudo momentos de crise, são também oportunidades de reflexão e redirecionamento da vida. Muitas vezes, mesmo trabalhando de forma integral na Missão de Deus, ficamos distantes da vontade de Deus para nossa vida.


Para quem não é missionário, isso pode soar como algo estranho, mas por muitas vezes, missionários, também fazem planos, mesmo dentro da missão, que não são exatamente os planos de Deus. As vezes, por conta da rotina pesada, negligenciamos nossa vida de intimidade com nosso Pai. Por isso, é importante utilizar essa oportunidade para renascer em Deus.


Que a Missão de Deus renasça novamente em nossos corações e que nossos planos ou nossos projetos não sejam mais a nossa dependencia emocional ou espiritual. Que possamos retornar para Deus e confiar no Dono da Missão e nunca mais, na forca dos nossos braços. Descanse no socorro bem presente, no dono de toda paz e sabedoria.


Que a pandemia possa servir para a nossa missão esteja mais focada em Deus!


5- Envio missionário reorganizado.


Com o envio missionário impossibilitado por dois anos, as agências e igrejas, podem dar um foco no envio intencional de cristãos nativos . O treinamento pode ser feito a distância, em plataformas online, e atingir cristãos que antes não seriam o foco da preparação missionária. O movimento que podemos chamar "from west to East", que significa do ocidente para o oriente, deve ser redirecionado e com a Internet, pode se tornar um movimento mais global, que parte de todas as direções para todas as direções.



Como você pode ver. Nem tudo está de "pernas pro ar", porque a Missão não é dos missionários, ela pertence a Deus, e Ele desenha novas formas para que no Fim, todos os povos O adorem.



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